Comissão de Saúde debate com gestão técnica da UPA, medidas de enfrentamento a sobrecarga provocada por epidemia

A Comissão de Saúde, Assistência Social, Cidadania e Direitos Humanos da Câmara Municipal promoveu nesta quarta-feira (13), reunião no Plenário da Casa, para tratar com a equipe técnica da Gestão Municipal, as medidas adotadas em razão da sobrecarga da UPA Ari Torres e Unidades de Saúde provocadas pela epidemia de dengue e chikungunya no Município.

Na ação fiscalizadora, a comissão atua como mecanismo de controle das ações do Poder Executivo, o conselho é integrado por cinco vereadores entre presidente, relator, membro titular, além de dois suplentes. Na reunião a comissão de saúde, esteve representada pela membro vereadora Sandra Ferracin e o relator Prof. Sebastian, que conduziu o encontro, juntamente aos demais parlamentares Rogério Silva, Ademir Anibale, Hélio da Nazaré, Fabio Brito, e membros do Executivo; secretário de saúde Welington Bezerra, secretária-adjunta de saúde Erislane  Oliveira, Superintendente De Governo Angela  Belizário, o diretor clínico do Hospital/Upa Dr. Eli Ambrosio do Nascimento, o diretor clínico do Hospital/Upa Abinadab da Silva Siqueira, diretora técnica da Upa Joslaine Aparecida Wainer, diretor de gestão do complexo Hospitalar Eder Silva De Oliveira, diretor de enfermagem do complexo hospitalar, Romulo Cezar Ribeiro da Silva e a responsável técnica da Atenção Básica Luzia Alves.

Decretada situação de emergência em saúde pública, desde o dia 07 de fevereiro, os vereadores levantaram informações sobre o atendimento, a disponibilidade de profissionais e a estrutura do local, motivados por reclamações dos munícipes quanto ao tempo de espera. Entre outros pontos, Bezerra ressaltou que alta a demanda tem provocado sobrecarga extrema dos profissionais e atrasos no atendimento, e para desafogar a UPA, estenderam até as 21h o funcionamento dos USF’s  dos Bairros Jardim Esmeralda, Centro e Santa Izabel.

“Nós estamos monitorando a UPA e os números de notificações vêm caindo, mas os atendimentos seguem de mesma proporção. Qualquer situação administrativa precisa ser tomada em consenso com a equipe médica, vamos traçar os custos e todo investimento será baseado neste monitoramento para embasar as despesas. Novas medidas deverão ser adotadas nos próximos dias, com possíveis estações de tratamento para suprir a demanda”.

Na avaliação do diretor clínico do Hospital Municipal, Dr. Eli Ambrósio houve uma mudança no padrão da doença com manifestações clínicas graves, mesmo sem registros de óbitos, se torna preocupante pela evolução rápida da doença para a fase crônica, e o paciente sofre com fortes dores nas articulações que podem se prolongar por meses.

“O paciente tem um comportamento viral de sete a 10 dias e apresenta período febril agudo, é medicado e na segunda semana ele retorna em uma outra fase, com aumento da dor e bloqueio articular, ficando até três semanas com dificuldade para andar, e pós um mês ainda persiste e segue pra fase crônica se perpetuando de seis meses até um ano, então essa doença tem um grau de malignidade que judia muito do paciente, antes bastava medicar e hidratar que a melhora era progressiva, hoje os casos são mais graves, vivemos uma realidade de complexidade do comportamento da doença. Um mesmo paciente, dentro de duas semanas volta a UPA de duas a três vezes, e ocupa essas consultas, macas e camas na mesma proporção, o sistema está estagnado e curva só aumenta, precisamos buscar um novo caminho”, enfatiza.

A partir do encontro ficou documentada através de ata, ações previstas  para contornar a situação,  como a possível ampliação do horário de atendimento de algumas unidades de saúde, contratação de profissionais da área e criação de uma estrutura para o atendimento de hidratação às arboviroses. Quanto à prevenção, enfatizaram a responsabilidade de toda a população,  no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite não só a dengue, mas outras arboviroses, como a zika e a chikungunya. Ações de monitoramento e eliminação de possíveis focos do mosquito, são fundamentais para conter o avanço da doença.

 

 

Texto: Larissa Grella - ASCOM/CM - Jornalista (MTB-2257/MT)